Há algum tempo, quando se falava de Mineração de Bitcoin, os olhos do mundo se voltavam para a China. No entanto, com a retirada total da China da indústria de mineração em 2021, o fim de uma era também anunciou o início de um novo milênio. Hoje, o mapa da Mineração de Bitcoin global está passando por uma reconfiguração profunda, complexa e repleta de nuances geopolíticas.
Isto deixou de ser um espetáculo dominado por um único país e tornou-se uma "guerra global de poder de computação" com a participação de potências energéticas, estados soberanos e até gigantes das criptomoedas. Nesta nova competição, os Estados Unidos e a Rússia estão a encenar uma nova "luta bipolar", enquanto o país do Himalaia, Butão, surge de forma surpreendente com um modelo de "mineração nacional", e o gigante das stablecoins, Tether, aposta centenas de milhões em investimentos para conquistar o trono da maior empresa de mineração do mundo.
Grande jogo de potências
Recentemente, a intensa turbulência no mapa de poder global do Bitcoin expôs de forma nua e crua a luta entre as grandes potências diante do mundo.
No mesmo dia em que os Estados Unidos lançaram um ataque militar às instalações nucleares do Irão, a taxa de hash global do Bitcoin registou a sua maior queda abrupta em três anos, com uma redução superior a 15%. Esta incrível coincidência alimentou especulações na comunidade cripto sobre se "os EUA estão a bombardear as secretas instalações de mineração de Bitcoin do Irão". O OG do Bitcoin, Max Keiser, chegou mesmo a afirmar: "Podemos ter entrado numa era em que os países se bombardeiam mutuamente as instalações de mineração de Bitcoin, o que é precisamente a guerra de taxa de hash global que eu previ em 2017."
A mineração de Bitcoin no Irã era uma "inovação" em busca de uma saída econômica sob as severas sanções dos EUA. O país utiliza sua rica e barata energia, vendo a mineração como uma ferramenta para contornar o sistema bancário tradicional e ganhar valiosas divisas. Estima-se que o Irã já tenha ocupado cerca de 4% da potência de mineração de Bitcoin global. No entanto, devido à guerra, a mineração de Bitcoin foi forçada a interromper, provocando uma guerra global de hash.
Do outro lado do oceano, os Estados Unidos, com seus mercados de capitais maduros e expectativas regulatórias relativamente claras, ocupam a liderança global na Mineração de Bitcoin. No entanto, este novo soberano não está isento de preocupações. Internamente, enfrenta um profundo desafio na cadeia de suprimentos - a dependência das máquinas de Mineração fabricadas na China.
Os fabricantes de máquinas de mineração chineses, representados pela Bitmain e MicroBT, têm dominado o mercado global há muito tempo. A política de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos chineses aumentou diretamente os custos de hardware para os mineradores americanos, enfraquecendo sua competitividade. Para enfrentar essa situação, fabricantes como a Bitmain estão acelerando seus planos de construção de fábricas nos EUA, tentando contornar as barreiras tarifárias por meio da produção local. Isso indica que, no futuro, a competição global em mineração não dependerá apenas dos custos de energia, mas também da reestruturação da cadeia de suprimentos de hardware.
Enquanto os EUA e o Irão se encontram em um confronto direto ou indireto de poder de computação, a Rússia é vista como um potencial vencedor nesta guerra de poder de computação. Analistas preveem que, com seus abundantes recursos energéticos e um ambiente político relativamente estável, a Rússia está em posição de superar os EUA em um futuro próximo, tornando-se o maior ou o segundo maior país de Mineração de Bitcoin do mundo.
Estratégia de Pequenos Países
Quando grandes potências estão em intensa batalha no campo da computação, alguns países pequenos estão a encontrar outros caminhos, transformando a Mineração de Bitcoin numa ferramenta única para o desenvolvimento nacional.
O reino do Butão, escondido na cordilheira do Himalaia, está protagonizando uma impressionante "Mineração de Felicidade". Aproveitando os seus abundantes e excedentes recursos de energia hidroelétrica de zero carbono, este país com apenas 800 mil habitantes, ao longo dos últimos cinco anos, já minerou e acumulou silenciosamente cerca de 1.3 bilhões de dólares em Bitcoin, um número que equivale a 40% do seu produto interno bruto (PIB), tornando-se assim o terceiro maior país do mundo em termos de posse governamental de moeda. A mineração de Bitcoin está realmente a tornar-se o "novo cofre nacional" do Butão, um modelo de desenvolvimento sem precedentes que vincula profundamente o destino do país à rede Bitcoin.
Este plano nacional, ordenado pessoalmente pelo rei do Butão, começou em 2020. O think tank nacional DHI percebeu que usar a energia hidrelétrica barata em excesso para Mineração é uma excelente maneira de transformar recursos naturais em riqueza nacional. Este enorme ativo digital está, de fato, reinvestindo na economia real: o governo do Butão utiliza os lucros da Mineração para aumentar os salários dos servidores públicos em 50% e implementa um sistema de pagamentos em criptomoeda na capital, tentando criar um ciclo econômico completo que vai do "minerador ao wallet, e depois à cidade". O sucesso do Butão oferece um exemplo ousado e inteligente para pequenas economias globais.
Inspirado pelo sucesso de países como Butão, o Paquistão, que enfrenta sérias pressões financeiras, também planeja transformar sua capacidade de geração de 2000 megawatts (2GW) ociosa em Mineração de Bitcoin e centros de dados de IA. O governo espera economizar 745 milhões de dólares americanos anualmente em taxas de capacidade de usinas e gerar quase 1,8 bilhão de dólares em receitas de câmbio. No entanto, os desafios que o Paquistão enfrenta são muito maiores do que os do Butão: seus altos preços da eletricidade industrial, a dependência de subsídios elétricos e a pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI) tornam este caminho de recuperação cheio de incertezas.
A ambição dos gigantes empresariais
Na competição centrada nos países, um gigante nativo do mundo cripto está entrando com força como um disruptor. A Tether, a maior emissora de stablecoin do mundo, já não está satisfeita com sua posição de domínio no mercado de stablecoins. Seu CEO, Paolo Ardoino, recentemente declarou publicamente que o objetivo da Tether é se tornar a "maior empresa de mineração de Bitcoin do mundo" até o final de 2025.
Isso não é apenas um slogan vazio. Desde 2023, a Tether investiu mais de 2 bilhões de dólares na construção de minas baseadas em energia verde em 15 locais ao redor do mundo (como Uruguai, Paraguai, El Salvador). Ardoino admite que a motivação da Tether não é apenas um investimento financeiro, mas também uma consideração estratégica: como uma das grandes baleias que possui mais de 100.000 Bitcoins, participar pessoalmente da Mineração e se tornar parte da "equipe de segurança da rede Bitcoin" é a melhor maneira de proteger a segurança de seus enormes ativos de reserva.
A entrada da Tether marca a entrada da guerra de poder computacional em uma nova dimensão: uma empresa privada rica o suficiente para rivalizar com países está participando da competição pela infraestrutura subjacente do Bitcoin.
O jogo de poder da nova era
Desde a luta geopolítica entre grandes potências até as estratégias de desenvolvimento econômico dos pequenos países, passando pelo planejamento estratégico dos gigantes empresariais, o panorama global da mineração de Bitcoin está passando por uma profunda e intensa reconfiguração. O poder de computação, este indicador técnico originalmente puro, agora está intimamente ligado à segurança energética nacional, soberania financeira, competitividade econômica e até mesmo à estratégia militar.
Em resumo, a antiga era da mineração de Bitcoin chegou ao fim, e uma nova ordem mundial está se formando. A competição global em torno da potência de Bitcoin já começou, e seu desfecho sem dúvida afetará profundamente o mapa de poder global do século XXI.
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Bitcoin Mineração格局生变!美俄伊争霸,不丹占40%GDP,Tether豪赌最大矿企?
Há algum tempo, quando se falava de Mineração de Bitcoin, os olhos do mundo se voltavam para a China. No entanto, com a retirada total da China da indústria de mineração em 2021, o fim de uma era também anunciou o início de um novo milênio. Hoje, o mapa da Mineração de Bitcoin global está passando por uma reconfiguração profunda, complexa e repleta de nuances geopolíticas. Isto deixou de ser um espetáculo dominado por um único país e tornou-se uma "guerra global de poder de computação" com a participação de potências energéticas, estados soberanos e até gigantes das criptomoedas. Nesta nova competição, os Estados Unidos e a Rússia estão a encenar uma nova "luta bipolar", enquanto o país do Himalaia, Butão, surge de forma surpreendente com um modelo de "mineração nacional", e o gigante das stablecoins, Tether, aposta centenas de milhões em investimentos para conquistar o trono da maior empresa de mineração do mundo. Grande jogo de potências Recentemente, a intensa turbulência no mapa de poder global do Bitcoin expôs de forma nua e crua a luta entre as grandes potências diante do mundo. No mesmo dia em que os Estados Unidos lançaram um ataque militar às instalações nucleares do Irão, a taxa de hash global do Bitcoin registou a sua maior queda abrupta em três anos, com uma redução superior a 15%. Esta incrível coincidência alimentou especulações na comunidade cripto sobre se "os EUA estão a bombardear as secretas instalações de mineração de Bitcoin do Irão". O OG do Bitcoin, Max Keiser, chegou mesmo a afirmar: "Podemos ter entrado numa era em que os países se bombardeiam mutuamente as instalações de mineração de Bitcoin, o que é precisamente a guerra de taxa de hash global que eu previ em 2017." A mineração de Bitcoin no Irã era uma "inovação" em busca de uma saída econômica sob as severas sanções dos EUA. O país utiliza sua rica e barata energia, vendo a mineração como uma ferramenta para contornar o sistema bancário tradicional e ganhar valiosas divisas. Estima-se que o Irã já tenha ocupado cerca de 4% da potência de mineração de Bitcoin global. No entanto, devido à guerra, a mineração de Bitcoin foi forçada a interromper, provocando uma guerra global de hash.
Do outro lado do oceano, os Estados Unidos, com seus mercados de capitais maduros e expectativas regulatórias relativamente claras, ocupam a liderança global na Mineração de Bitcoin. No entanto, este novo soberano não está isento de preocupações. Internamente, enfrenta um profundo desafio na cadeia de suprimentos - a dependência das máquinas de Mineração fabricadas na China. Os fabricantes de máquinas de mineração chineses, representados pela Bitmain e MicroBT, têm dominado o mercado global há muito tempo. A política de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos chineses aumentou diretamente os custos de hardware para os mineradores americanos, enfraquecendo sua competitividade. Para enfrentar essa situação, fabricantes como a Bitmain estão acelerando seus planos de construção de fábricas nos EUA, tentando contornar as barreiras tarifárias por meio da produção local. Isso indica que, no futuro, a competição global em mineração não dependerá apenas dos custos de energia, mas também da reestruturação da cadeia de suprimentos de hardware. Enquanto os EUA e o Irão se encontram em um confronto direto ou indireto de poder de computação, a Rússia é vista como um potencial vencedor nesta guerra de poder de computação. Analistas preveem que, com seus abundantes recursos energéticos e um ambiente político relativamente estável, a Rússia está em posição de superar os EUA em um futuro próximo, tornando-se o maior ou o segundo maior país de Mineração de Bitcoin do mundo. Estratégia de Pequenos Países Quando grandes potências estão em intensa batalha no campo da computação, alguns países pequenos estão a encontrar outros caminhos, transformando a Mineração de Bitcoin numa ferramenta única para o desenvolvimento nacional.
O reino do Butão, escondido na cordilheira do Himalaia, está protagonizando uma impressionante "Mineração de Felicidade". Aproveitando os seus abundantes e excedentes recursos de energia hidroelétrica de zero carbono, este país com apenas 800 mil habitantes, ao longo dos últimos cinco anos, já minerou e acumulou silenciosamente cerca de 1.3 bilhões de dólares em Bitcoin, um número que equivale a 40% do seu produto interno bruto (PIB), tornando-se assim o terceiro maior país do mundo em termos de posse governamental de moeda. A mineração de Bitcoin está realmente a tornar-se o "novo cofre nacional" do Butão, um modelo de desenvolvimento sem precedentes que vincula profundamente o destino do país à rede Bitcoin. Este plano nacional, ordenado pessoalmente pelo rei do Butão, começou em 2020. O think tank nacional DHI percebeu que usar a energia hidrelétrica barata em excesso para Mineração é uma excelente maneira de transformar recursos naturais em riqueza nacional. Este enorme ativo digital está, de fato, reinvestindo na economia real: o governo do Butão utiliza os lucros da Mineração para aumentar os salários dos servidores públicos em 50% e implementa um sistema de pagamentos em criptomoeda na capital, tentando criar um ciclo econômico completo que vai do "minerador ao wallet, e depois à cidade". O sucesso do Butão oferece um exemplo ousado e inteligente para pequenas economias globais.
Inspirado pelo sucesso de países como Butão, o Paquistão, que enfrenta sérias pressões financeiras, também planeja transformar sua capacidade de geração de 2000 megawatts (2GW) ociosa em Mineração de Bitcoin e centros de dados de IA. O governo espera economizar 745 milhões de dólares americanos anualmente em taxas de capacidade de usinas e gerar quase 1,8 bilhão de dólares em receitas de câmbio. No entanto, os desafios que o Paquistão enfrenta são muito maiores do que os do Butão: seus altos preços da eletricidade industrial, a dependência de subsídios elétricos e a pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI) tornam este caminho de recuperação cheio de incertezas. A ambição dos gigantes empresariais Na competição centrada nos países, um gigante nativo do mundo cripto está entrando com força como um disruptor. A Tether, a maior emissora de stablecoin do mundo, já não está satisfeita com sua posição de domínio no mercado de stablecoins. Seu CEO, Paolo Ardoino, recentemente declarou publicamente que o objetivo da Tether é se tornar a "maior empresa de mineração de Bitcoin do mundo" até o final de 2025.
Isso não é apenas um slogan vazio. Desde 2023, a Tether investiu mais de 2 bilhões de dólares na construção de minas baseadas em energia verde em 15 locais ao redor do mundo (como Uruguai, Paraguai, El Salvador). Ardoino admite que a motivação da Tether não é apenas um investimento financeiro, mas também uma consideração estratégica: como uma das grandes baleias que possui mais de 100.000 Bitcoins, participar pessoalmente da Mineração e se tornar parte da "equipe de segurança da rede Bitcoin" é a melhor maneira de proteger a segurança de seus enormes ativos de reserva. A entrada da Tether marca a entrada da guerra de poder computacional em uma nova dimensão: uma empresa privada rica o suficiente para rivalizar com países está participando da competição pela infraestrutura subjacente do Bitcoin. O jogo de poder da nova era Desde a luta geopolítica entre grandes potências até as estratégias de desenvolvimento econômico dos pequenos países, passando pelo planejamento estratégico dos gigantes empresariais, o panorama global da mineração de Bitcoin está passando por uma profunda e intensa reconfiguração. O poder de computação, este indicador técnico originalmente puro, agora está intimamente ligado à segurança energética nacional, soberania financeira, competitividade econômica e até mesmo à estratégia militar. Em resumo, a antiga era da mineração de Bitcoin chegou ao fim, e uma nova ordem mundial está se formando. A competição global em torno da potência de Bitcoin já começou, e seu desfecho sem dúvida afetará profundamente o mapa de poder global do século XXI.